segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Woodstock: "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música"?

Há 45 anos acontecia o lendário Woodstock, festival que reuniu cerca de 450 mil pessoas (ou até 650 mil, dependendo da fonte) em prol de revoluções e transformações sociais. A geração de Woodstock vivia o ápice do movimento da Contracultura que contestava o consumismo, a indústria, o conservadorismo, o nacionalismo, as armas nucleares, a guerra no Vietnã, e erguia a voz pelos direitos das mulheres.
Como evento, Woodstock foi “O Festival”, foi o que definiu o formato e a mística de todos os festivais que se seguiram, desde o Festival da Ilha de Wight de 1970, passando pelo brazuca Festival de Águas Claras (primeira edição: 1975) e seguindo com Rock In Rio, Lollapalooza, Monsters of Rock e todo outro festival posterior a 1969. Se existiu algum festival anterior a Woodstock, é como qualquer lâmina de barbear anterior à Gillette: pode ter sido pioneiro, mas não marcou a História.
Foi na década de 60 que o mundo conheceu o principal movimento da Contracultura, Os Hippies. Eles defendiam o amor livre e a não violência. Muito foi falado sobre a Era de Aquário naquela época, inclusive no pôster: Woodstock: “Uma Exposição Aquariana: 3 dias de Paz & Música”.


Será que Woodstock foi tão aquariano assim? Vamos olhar o mapa do dia do festival:

Em junho de 1966 houve o início do ciclo astrológico Urano-Plutão em Virgem, que sinaliza mudanças profundas nos hábitos e costumes, e preocupação com o meio ambiente, trabalho, indústria (alimentícia, farmacêutica). Esse ciclo se completará apenas em 2104. Como todo ciclo possui suas fases, até 2016 estaremos na fase crescente (quadratura), na adolescência desse ciclo. Nestes últimos anos começamos a ver os temas da década de 60 voltarem à tona.
O mapa do evento possui predominância do elemento Terra, começando pelo Ascendente em Capricórnio e o seu regente Saturno em Touro, também signo de Terra. A Lua do dia estava em Virgem – mais Terra! – junto com Mercúrio, reforçando os temas desse signo que também são temas da década, como vimos acima (Urano-Plutão em 66).
O regente do mapa, Saturno, está em Touro e na Casa 4. Esse posicionamento mostra o conservadorismo, preservação das tradições e a necessidade de segurança material.
E aí começamos a ver coisas curiosas e interessantes de Woodstock: ápice do movimento hippie, saudava a Era de Aquário. Mas, veja bem: paz, amor e música, e uma boa dose de escapismo (quase sempre via drogas – sexo ajuda, também), são coisas predominantes de Peixes, e além disso, conforme a precessão dos equinócios, a Era de Aquário ainda vai levar uns 200 anos para começar, então na época de Woodstock, faltavam pelo menos 245 anos... e estar certo de uma coisa, quando é outra, ou seja, estar perdido no tempo e no espaço, bate mais com o arquétipo de Peixes do que com Aquário.
No mapa do evento Woodstock, também podemos usar um pouco da abordagem da Astrologia Eletiva (a escolha do melhor – ou menos ruim – momento para um evento, tarefa, etc.). Sob esse olhar, o Ascendente fala da cara (aparência do evento), a Lua fala da alma (anima, vida), o Sol informa sobre o espírito (essência) e o Meio do Céu mostra para onde caminha aquele evento que começou com a cara do Ascendente.
O Sol está em Leão: quer ser grandioso, chamar a atenção e ditar as normas. Considerando que este Festival foi o maior até então - esperava-se no máximo 200 mil pessoas, vieram de 450 mil a 650 mil -, atraiu a atenção do mundo todo, virou a referência dos festivais de música e entrou para a história como o festival que marcou uma era, está coerente com a informação astrológica.
A quadratura de Leão a Netuno no Meio do Céu faz sentido com o (escandaloso na época) consumo de drogas e achar que era uma celebração de Aquário, quando era mais pisciano que outra coisa.
Olhando a alma do festival, temos a Lua em Virgem. Se nos restringíssemos somente ao signo para interpretar o planeta, teríamos aqui uma expressão contida, um tanto fria e racional, exigente, crítica, detalhista, tímida e insegura, e dificilmente estabeleceríamos relação entre essa descrição e o que se viu em Woodstock.
Mas aí entra a beleza dos conhecimentos legados por séculos de estudos e do trabalho de estudiosos e praticantes, pois ao olharmos os aspectos que essa Lua recebe, a leitura se expande e se enriquece:
- a conjunção com Mercúrio fala da interação e comunicação com muitas pessoas, de forma rápida e inquieta, e da troca de informações;
- a conjunção com Urano reforça isso e acrescenta anseio (e ansiedade) por liberdade, mudanças e novidades – rompimentos, até –, ao mesmo tempo em que coloca o fator intelectual como (suposta) razão para validar as emoções reprimidas que querem sair de uma vez, como se o amanhã (Urano) e o ontem (Lua) fossem momentaneamente anulados e só o agora é que importasse;
- a conjunção com Plutão traz a sensação de querer controlar e mandar – a Lua em Virgem, autocontida/autorreprimida, quer dar as cartas – e também sinaliza o final de um ciclo que não se sustenta mais, e o início de um novo e desafiador período, que assusta, mas ao mesmo tempo faz redescobrir a força interior;
- o sêxtil de Netuno reforça a questão do sonho, da inspiração (e da piração) se refletindo na expressão artística ampliada.
E como foi a cara do festival? O Ascendente em Capricórnio indica algo sem graça, sem charme, e seu regente Saturno em Touro aponta para a importância de satisfazer os sentidos e sensações físicas. Como a maioria do público do festival foi de cabeludos e barbudos desgrenhados, recobertos por muita lama (sem trocadilho: lembrou-se da predominância do elemento Terra no mapa do evento?) ao longo dos três dias, mas que pouco ligavam para as condições precárias, desde que tivessem – como diz o ditado – sexo, drogas e rock’n’roll, faz sentido, lembrando que essa foi a cara (aparência) com que começou o festival, e não sua essência.
O Meio do Céu em Escorpião indica onde chegou o festival: intensidade, magnetismo, profundidade. Será que foi assim? Woodstock deveria ter terminado na noite do domingo, 17 de agosto, e desde a tarde tinha gente já indo embora – ficaram “só” 150 mil – e o clima mágico se dissipava. Só que as 25 mil pessoas que continuaram lá viram na manhã da segunda-feira, 18 de agosto, Jimi Hendrix subir ao palco e finalizar de fato o festival, tocando Star Spangled Banner, o hino americano, (assista! https://www.youtube.com/watch?v=sjzZh6-h9fM) de maneira visceral, como jamais tinha sido feito antes, misturando em sua guitarra distorção e protesto contra a guerra do momento (Vietnã), sem palavras, mas com uma intensidade e força que ajudaram a sacramentar Woodstock como um marco musical, cultural e social.
Vamos parar este post por aqui, porque falar de Woodstock, suas atrações musicais e as relações astrológicas é assunto para muitos posts, ou um livro.
Curta mais um pouco de Hendrix tocando Purple Haze em Woodstock (https://www.youtube.com/watch?v=m9Fia94-xGA)

Gratidão e até a próxima!
Ana K e Cao.