sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Mapa do Rock in Rio 1985 (RiR 1985)

O primeiro Rock in Rio, realizado de 11 a 20 de janeiro de 1985 no Rio de Janeiro, foi uma aposta cercada de muita expectativa: viriam mesmo os ídolos internacionais a um país do terceiro mundo sem histórico de shows - com raras exceções, como Alice Cooper (1974), Queen (1981) e Van Halen (1983)? A Cidade do Rock, construída exclusivamente para o evento, ficaria pronta a tempo (e funcionaria)? O público compareceria em número suficiente para bancar a realização do festival até o último dia?

Em setembro de 2017, com o início da décima-oitava edição do festival que já foi realizado também em Lisboa, Madri e Las Vegas, essas perguntas podem parecer sem sentido ou até absurdas. Mas na época, eram muito pertinentes; eu mesmo comprei os ingressos, com antecedência, com uma baita desconfiança se ia rolar mesmo e se valeria a pena.

Rolou. E valeu.

Estima-se que nos dez dias de festival, 1,38 milhão de espectadores esteve nos shows. Houve problemas, atrasos, improvisos, falhas, mas a coisa funcionou tão bem, que novas versões do festival foram realizadas a partir de então, e até exportadas; desde o início, era um festival internacional de música, e não um evento de Rock restrito à cidade do Rio - ou seja, pura diversidade, para usar uma palavra muito em voga nestes tempos do vigésimo-primeiro século. O público adorou, os artistas gringos ficaram espantados e maravilhados com aquela galera ensandecida curtindo até as desafinadas que eles davam, e os empresários ficaram encantadíssimos com as possibilidades de novos bons negócios.

Fui nos últimos dois dias de festival; curti muito o Ozzy, e para minha surpresa o show do B-52's foi o mais marcante, foi duca, com muita competência, energia e simpatia! Mas o que mais me lembro do RiR 1985 foi a chuva: o festival foi no Rio, bem no meio do verão, e choveu pra dedéu! Muita, muita chuva. A área para o público, que fora gramada duas semanas antes do evento, logo no primeiro dia começou a soltar as placas de grama e virou um mar de lama, que perdurou até o último dia. Ao final dos shows - principalmente na Noite dos Metaleiros (Whitesnake, Scorpions, Ozzy e AC/DC) - tinha gente tão enlameada, que os poucos táxis que aceitavam levar a galera, cobravam adicional por conta da limpeza que teriam de fazer depois.

E astrologicamente, como foi isso? Vamos ver.



O Ascendente fala da cara do evento; é Câncer (signo de Água), é domicílio da Lua (que também é alma do evento) e exaltação de Júpiter - dois indicadores de águas e de chuva. A Lua, também indicadora de popularidade, está em júbilo (Casa III) e com dignidade de triplicidade (em Virgem); é um astro feminino e noturno, num signo igualmente feminino e noturno. Está disposta por Mercúrio de Casa VII (angular, forte) e faz sextil a Saturno (o Grande Maléfico) e trígono a Júpiter (O Grande Benéfico). Juntando tudo: muita gente, baita sucesso, e vários desencontros que tiveram de ser gerenciados com jeitinho, bom senso, bom humor ou paciência.

O Sol, o espírito (essência) do evento, está acidentalmente forte (Casa VII) e com alguma qualidade (dignidade de face) em Capricórnio, conjunto a Júpiter, disposto e regido por Saturno: aproveite, mas segure o entusiasmo, mantendo os pés no chão (ou na lama), para que a coisa tenha continuidade e prospere.

O Meio do Céu, que é onde chega o evento e deixa a impressão final, está em Áries: energia, vibração, e às vezes até falta de noção. Seu regente, Marte, está em Peixes, na Casa IX (exterior), conjunto à Vênus e ao Lote da Fortuna. Marte está cadente, mas tem triplicidade, em excelente companhia e disposto por Júpiter; o futuro é expandir as fronteiras, e as sete edições em Lisboa, três em Madri e uma em Las Vegas comprovaram isso.

Terminamos o post com uma música da memorável apresentação do Queen no RiR 1985, com o público dando show: Love of My Life (https://youtu.be/Md8eELcugqY).

Gratidão pela companhia, e até o próximo post!

Cao (Claudinèi Dìas)

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Show do Airbourne em São Paulo

O Airbourne é uma banda de hard rock australiana formada em 2003, pelos irmãos Joel O'Keeffe (vocal/guitarra) e Ryan O'Keeffe (bateria) e que além do som, apresenta algumas outras semelhanças com a mais famosa banda daquelas terras, o AC/DC.

Depois de cancelar um show que faria em São Paulo em 2014, desta vez a banda veio mesmo  e fomos conferir sua estréia em terras tupiniquins, às 20:13 da noite de domingo (3/setembro/2017).

Vamos ver o que o mapa do show nos conta:


Eram o dia do Sol (domingo) e a hora do Sol quando o show começou. O Sol também é o espírito (essência) do evento. E este Sol estava peregrino (sem dignidade) em Virgem e na Casa VI (sem contato com o Ascendente, sem dialogar com aquele ponto que representa o evento).

O Ascendente em Áries mostra como foi a cara do show: muita energia, muito entusiasmo, muita animação. Joel interagiu com o público o tempo todo, subiu ao mezzanino para tocar junto de dois meninos, jogou inúmeros copos de cerveja para a plateia, não parou de pular, tocar e agitar a galera.

Marte, regente do Ascendente, a 29° de Leão estava em seus próprios Termos e Face, na Casa V (diversão, lazer/prazer) e mostra que a festa agradava, mas regido por um Sol meio ausente indica que houve descompassos: atrasaram a abertura da casa de espetáculos, o show da banda de abertura e da banda principal, e o som teve problemas de ora estar muito alto e sujo, ora estar com alguns instrumentos mais altos do que outros e do que o vocalista.

Vênus fazia trígono ao Ascentente e estava em seus próprios termos em Leão e em júbilo na Casa V, reforçando a empatia/simpatia entre os roqueiros do palco e os da pista, ainda que em muitos instantes de conversa o público não entendesse o inglês rápido, com sotaque australiano e prejudicado pela qualidade do som do microfone; mesmo assim, sempre respondia-se com um Yeah! animado.

A Lua, alma do show, estava peregrina em Aquário, mas na Casa XI (amizades) e em sextil partil (mesmo grau) ao Ascendente: apesar dos problemas de som, horário, etc., sobrava boa vontade da banda e da plateia - que cantava quase todas as músicas junto. Joel agradeceu, prometeu voltar a São Paulo outras vezes, mas depois de 1h17min de show, terminou a apresentação sem direito a bis - coisa de um Meio do Céu (como termina o evento) em Capricórnio, em quadratura partil ao Ascendente e regido por Saturno em Sagitário: deu a hora, cumpra-se (o protocolo, as regras) e fim de papo.

Foi um bom show, que poderia ter sido melhor. Fica a vontade de ver como será a próxima apresentação dos garotos australianos na capital bandeirante.

Abraços, e até a próxima!

Cao (Claudinèi Dìas)