quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Mapa do Neil Young

Às 06:45 da manhã de 12 de novembro de 1945, nascia Neil Percy Young em Toronto, Ontário, Canadá. Fãzaço de Elis Presley, ouvia tudo que conseguisse de Rock'N'Roll, Rockabilly, Doo-Wop, Rythm'N'Blues, Country e Pop naqueles anos 1950. Logo começou a tocar sozinho num ukelele de plástico e ainda no colegial (ensino secundário) formou sua primeira banda, The Jades.

Passou a tocar em várias bandas de rock instrumental, firmou-se no Squires, e em 1965 já fazia suas turnês solo pelo Canadá. No ano seguinte, foi com o baixista Bruce Palmer para Los Angeles e ali, junto com Stephen Stills, Richie Furay e Dewey Martin, fundaram o Buffalo Springfield, tocando uma mistura de folk, country, rock e rock psicodélico, apoiada nas guitarras mais pesadas de Young e Stills. O jovem de Toronto começava o trabalho que, seguindo com o Crosby, Stills, Nash,and Young, e depois com o Crazy Horse, ajudaria a definir o Folk Rock e o Country Rock.

O que podemos ver no mapa desse músico, letrista e produtor cinematográfico de sucesso, autor de músicas ora melódicas, ora contundentes, e palavras críticas e corajosas?



O Sol e o Ascendente estão em Escorpião, com seu regente Marte em Leão no alto do céu, em mútua recepção com o Sol em Escorpião: coragem para enfrentar, energia para realizar. Tanto Sol quanto Marte estão angulares (fortes), mas peregrinos (sem dignidade essencial = sem referenciais de força ou qualidade de funcionamento), então pode-se esperar que nem sempre os tiros sonoros de Young fossem no alvo, ou fossem compreendidos. Se ele teve trabalhos que viraram sucessos imediatos, outros levaram anos para serem digeridos, reconhecidos e valorizados.

Mas a Roda (ou Parte, ou Lote) da Fortuna em Leão, junto ao Meio do Céu (carreira, objetivo de vida), também no alto do céu, garante a visibilidade, o reconhecimento e o retorno pelo que faz. Como essa Roda está disposta por aquele Sol forte, porém peregrino, e tem a companhia de Marte, nem sempre a fama e fortuna estão do jeito que Young gostaria.

Júpiter em Libra na Casa XII ilustra bem o que isto quer dizer: esse planeta rege a Casa II (recursos materiais e financeiros) e está numa Casa de perdas, doenças crônicas e dificuldades. Aos 67 anos, Young parou as turnês e escreveu sua autobiografia por 1- receio de não conseguir fazer isso depois por causa de demência (como seu pai teve) e 2- precisava garantir os rendimentos.

Parte dessa necessidade de fluxo de capital pode ser devido aos casamentos e separações: Vênus, dispositora da Casa VII (das Parcerias, inclusive as afetivas) está na cúspide da Casa I (forte), mas em exílio; por exemplo, aos 69 anos, Young encerrou um casamento (e parceria musical) de 36 anos e começou um novo romance.
Ou pode ser também pela dedicação às causas ambientais: Young é ambientalista, luta por pequenos fazendeiros, tem um projeto de carro híbrido, e fundou (com uma ex-esposa) uma escola para crianças com necessidades especiais. A Lua na Casa IV em Aquário, em mútua recepção com Saturno em Câncer na Casa IX, podem explicar essa dedicação ao bem social e ambiental.

Júpiter pode esclarecer outras coisas: Young teve problemas de dependência de álcool e de drogas - prazer (Casa V) em Peixes, disposto por Júpiter (planeta da expansão e do exagero) na Casa XII (Casa dos vícios). A Casa V também é a Casa dos Filhos e a Casa XII, a das doenças crônicas - e Young tem dois filhos com paralisia cerebral e uma filha com epilepsia.

Por fim, Mercúrio - indicador de raciocínio lógico, aprendizado e comunicação - está em Sagitário: em exílio, tende a ser exagerado, ser muito produtivo, mas nem sempre coerente ou compreendido.

Para encerrar esse breve olhar sobre mais um dos grandes caras (literalmente: 1,83m de altura) que ajudou a formar o  Rock como o conhecemos, vamos de My my, hey, hey (Out of the blue) (https://www.youtube.com/watch?v=LQ123T3zD2k&spfreload=5)
e de sua versão com som mais pesado e sujo Hey hey, my my (Into the Black) (https://www.youtube.com/watch?v=0O1v_7T6p8U), com letra típica de Young: enganadoramente simples e ao mesmo tempo profunda, sem meias palavras e também simbólica, e acima de tudo intensa. Conforme prometido por seu Ascendente e Sol em Escorpião e Marte em Leão.

My my, hey hey
Rock and roll is here to stay
It's better to burn out
Than to fade away
My my, hey hey

Out of the blue
and into the black
They give you this
but you pay for that
And once you're gone
you can never come back
When you're out of the blue
and into the black

The king is gone
but he's not forgotten
This is the story
of a Johnny Rotten
It's better to burn out
than it is to rust
The king is gone
but he's not forgotten

Hey hey, my my
Rock and roll can never die
There's more to the picture
Than meets the eye
Hey hey, my my


My my, hey hey
O Rock veio para ficar
É melhor queimar
do que desbotar
My my, hey hey

Fora do azul

e dentro do preto
Eles te dão isto
mas você paga por aquilo
E depois que você se vai

nunca pode voltar 
Quando você está fora do azul
e dentro do preto

O rei foi embora
mas não foi esquecido
Esta é a história

de um Johnny Rotten

É melhor queimar
do que enferrujar
O rei foi emboramas não foi esquecido

Hey hey, my my
O Rock nunca pode morrer

Há mais na imagem
do que o olho percebe
Hey hey, my my


 Gratidão pela companhia, e até o próximo post!

Cao (Claudinèi Dìas)

2 comentários :

  1. Adorei esse blog! Uma pena ter poucas visitas, mas achei fantástico!!!

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  2. Olá Renata! Gratos pelo feedback! ;) Só não entendemos sobre "ter poucas visitas"...
    Continue acessando o blog e também nossa página no facebook!

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