quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Por que utilizar os sete planetas?

Às vezes nos perguntam: com tanto planeta e asteroide à disposição hoje em dia, por que a Astrologia Tradicional (ou Clássica) continua a trabalhar com sete planetas?

A resposta está, como o próprio nome diz, dentro da Tradição Astrológica: os conhecimentos e procedimentos que foram sendo construídos e validados ao longo dos séculos, desde pelo menos o terceiro milênio a.C., até o século XVII d.C., se basearam em sete planetas. E para a Astrologia, planetas são as luzes que se movimentam pelo céu, em contraposição às luzes (aparentemente) fixas, que são as estrelas.

Assim, são planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, bem como as duas luzes maiores e mais importantes do céu – o Sol e a Lua, chamados de Luminares. Urano, Netuno e Plutão, descobertos entre o século XVIII e o século XX, não possuem luz visível a olho nu e assim não atendem o requisito para serem planetas na Astrologia Tradicional. O mesmo vale para os asteroides e qualquer corpo celeste sem luz perceptível sem recursos tecnológicos.

Tão marcante na cultura e na vida dos povos foi essa relação com os sete planetas, que uma das unidades básicas de tempo para os nossos calendários e para organizarmos a vida cotidiana é a semana: sete dias, que correspondem a uma fase da Lua e cujos dias, em várias línguas, foram batizados com o nome dos sete planetas: Dia do Sol (domingo), Dia da Lua (segunda-feira), Dia de Marte (terça-feira), Dia de Mercúrio (quarta-feira), Dia de Júpiter (quinta-feira), Dia de Vênus (sexta-feira) e Dia de Saturno (sábado).

O pensamento e a prática astrológica foram moldados e ajustados ao longo de mais de quatro milênios, resultando num sistema completo e que requer domínio de seus fundamentos – isto é, não apenas do conhecimento técnico, mas acima de tudo da forma de observar e interpretar o mundo; é mais do que memorizar informações e aplicar uma receita, é observar, pensar e usar o bom senso. Por isso a Astrologia era conhecida como “A Arte”.

Isso estava compatível com a forma de viver em sintonia com o ritmo da natureza, situação que foi alterada com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, e que nos colocou em um ritmo diferente, acelerado, mais compatível com as máquinas que passaram a ser a referência diária. Passamos a servir a mecanização que deveria nos libertar das tarefas menos nobres e nos aumentar o tempo livre. Pelo ritmo ditado por nossos aparatos mecânicos e eletrônicos, hoje temos a impressão que estamos correndo cada vez mais, de segunda a domingo, perseguidos por uma cobrança sem tréguas – como na letra de “Police On My Back”, gravada pelo The Equals (1967) e regravada pelo The Clash (1980):

...I been running Monday, Tuesday, Wednesday
Thursday, Friday, Saturday, Sunday
Runnin' Monday, Tuesday, Wednesday
Thursday, Friday, Saturday, Sunday
What have I done?
What have I done?
(escute a música toda em https://www.youtube.com/watch?v=Sq_HtgGOIfE )
Hoje é o dia de Mercúrio e agora é a hora de Júpiter – e todo dia e toda hora é dia e hora de Astrologia e de Rock’N’Roll :)

Cao (Clauidinei Dias) -Astrologia do Rock 


Créditos da imagem: kylegrant76

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